domingo, 16 de maio de 2010

Deito-me com palavras-navalha que sussurram minha cegueira nua como as verdades amassadas que despejo ao chão...
Meus olhos cegos, engolem as incertezas da minha escuridão mental e tropeçam nos meus erros, para lembrar-me o que me fez apagar a luz...
Em cenários inventivos, sou o que a paixão me pede, fugacidade e vazio.Sou o animal que por vezes esqueço...
Desperto, ensopada de cores frias, carregando meus resumos inacabados ,minhas montanhas incompletas, meu desejo de continuidade...
Devoro fagulhas do tempo, mas ainda não tenho a sagacidade da fome...
Meus gritos de garganta seca, saboreiam os segundos que dissolveram-se em mim.
Degusto relógios esquecidos, e engasgo-me com tudo que deixei pra trás...
A dor da inércia movimenta-se por todo meu corpo dolorido, calado... meu corpo esquecido ,diluído nas faces da rotina.

Um comentário:

  1. O tempo me engole, e eu engulo a tempo.
    Meu corpo não mais me obedece, minha mente tem mais força do que eu preciso. Mas... do que adiante uma mente forte num corpo tão frágil que só respeita quem usa mais força para o dominar?
    Parar dói. Pensar é pior. Imaginar é quase a anestesia do nostálgico caminho luminoso das descobertas desprestigiosas, despretensiosas, não benditas.
    Imaginar um mundo pacífico sem desejar sua pacificidade em comunhão com a beleza natural da vida em seu ciclo natural, misterioso e eterno: o nascer, o viver, o "talvez" procriar, o definhar, e o morrer.
    Tudo a seu tempo. Tudo a seu modo.
    Tudo a seu próprio caminho nativo, cultural e circunstancial.
    Sem desfazer o que está feito.
    Sem retornar à uma época benfazeja e auspiciosa de sua vida como uma máquina do tempo.
    Mas contornado a dores misteriosas da vida, e da paz, e da guerra interna-externa, e da morte interna e externa própria e de outros que se ama.
    Amar morrer, morrer por amor, morte do amor, amor de morte.
    Morte da vida, vida na morte.
    Atravessar o caminho solícito atraente aos olhos e ouvidos e tato e paladar.
    Viver o momento? E depois? E, e depois? E, e bem depois?
    Depois é depois! A escolha está para agora:
    Ser feliz agora (Neste exato momento) ouser feliz mais tarde (depois de tudo ajeitado ▬ pronto apenas para ficar e esperar pelo inevitável ou pelos evitáveis).

    O corpo dói. Mas sem dor não existe o prazer.
    Sem a guerra não existe a paz.
    Sem a morte não existe a vida. e sem vida não há renovação.


    Palavras bonitas surgem a tempos nas mentes das pessoas. E os corações permanescem vazios.
    Por que o oposto também não pode ser o correto?

    Namastê.

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