terça-feira, 5 de outubro de 2010

Desta inundação de aço e chumbo que ameaça meu corpo, mantenho meus olhos à salvo,ainda que os pingos ácidos corroam meus papéis e devorem minha escrita ...
Desta palidez aparente que tinge meus poros, engulo olhos rasos,calvos de luz e poesia...Trago-os com minha fome infindável,inflamável,que consome tamanhos, limites,consome números.Consome, mesmo sem tanta fome, os pontos do fim...
Minha fome sorrateira distraiu a palavra que dá luz à finitude e, com a ironia da beleza , devorou-lhe a metade.Minha fome de continuidades não permite o fim...

3 comentários:

  1. Você e acento sem banco Niejila , é sempre reticências, pontos e sinais...Lindo o que escreveu...

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  2. Seus escritos são muito profundos e tocantes, de uma sensibilidade incrivel, emocionante!
    Parabens "moça com brinco de pérola", seu talento é sensacional!

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  3. O ácido é como a chama. O fogo não sente dor, não sente raiva e não sente sente desespero.
    O fogo se alimenta constantemente do que está na sua frente. O fogo alimenta a chama. A chama cresce conforme a fartura de comida assume grandes proporções. Mas como nós, a chama se apaga em algum momento. E como nós a chama A chama precisa respirar. Quando se aprisiona uma chama, apenas se aprisiona uma parte dela. Só dá para controlar-lhe a forma e a proporção.
    A chama, depois de certo tempo torna-se entediável. Torna-se frágil. Torna-se comodável. E a omodidade torna a chama ainda mais frágil. A chama não vai durar pra sempre.
    Assim como não dura o que a alimenta e mantém.

    Assim, acho, é o amor. E a amizade. E a família. E todos os relacionamentos amistosos e saudáveis.

    Considero a chama um grande sábio. Não por imensa magnitude que pode tomar para si. E nem por sua beleza quase divina. Mas por que dá para se aprender com a chama o que se pode dar para a própria vida. Um pouco de luz não faz mal. Alimentar a chama fará muito melhor.

    Marinaldo (Magoexodia ─ Aquele que escolheu fazer o bem).
    Penseira de prata

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