sexta-feira, 26 de novembro de 2010

carlossimo.arteblog.com.br


Despejei quilos de palavras ocas em litros rasos de papel,
Exilei verbos, substantivos, advérbios e pronomes, rejeitando numerais que, por si só, são frios como a ausência de vida...
Nessa minha vida de coveiro  fonético morfossintático,  sepultei  corpos e mais corpos de palavras , mortas, vazias de  luz e sentido...a  velhice das palavras.
Construí no deserto inconsciente do meu corpo, um cemitério sonoro...
Recolhi nas dunas do vento centenas de letras corroídas pelo esquecimento, pedaços de palavras decompostas, putrefação sonora das sílabas
Percorri  universos literários , vi   frases  dominarem  multidões  de  palavras famigeradas  à prostituir-se por  segundos de reflexão...
Em vielas sem cor, vi numerais sugarem a poesia dourada de versos andarilhos... instaurou-se, desde então ,a anorexia da imaginação.

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