sexta-feira, 27 de junho de 2014

Deparou-se, inesperadamente, com a obscuridade do que não reluz. Como rendem-se as folhas ao ceifeiro, pedaços de felicidade caíram da face inerte, que já não mirava os mesmos horizontes. Dos sonhos, e da certidão em sonhar, lhe restara um diálogo meio turvo, nos confins da memória. Permitiu-se, dali em diante, morrer! Uma, duas, três...infinitas vezes, até que não lhe fosse possível elucidar sobre inícios, ou fins. Vestida tão somente de pele, reinava infinita na solidão de quem vai...
Diante da eternidade dos cristais, embebia o olhar, as mãos e o mistério que habitava a exatidão dos seus cabelos. Cercava-se de Luas, e das flores do Sol que  pulsava em seu peito. Carregava células ancestrais nos trejeitos riscados no oco da face, e sussurrava silêncio com os pés. Cavalgando dia pós dia na brancura das buscas, vestia-se, plena, das linguagens do corpo. Ao mesmo tempo em que desenhava sorrisos na inexata infância empoeirada em seus dedos. Sem memórias, empapuçou-se  de tempo e descobriu que no vento, haviam outras verdades.Caminhou, viciando seus pés, e conheceu junto ao tempo os pontos fracos da morte. E foi-se assim, destemida, entre idas e vindas,  conhecer o vício da busca.

2 comentários:

  1. Eu amo essa menina, ela é espetacular! linda e inteligente, seu blog é fantástico!

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  2. Linda visão de passagem. Obrigado por acalentar nossos corações com sua poesia.

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