segunda-feira, 23 de abril de 2012

Me descubro esquizofrênica,a cada afeto que dou vida, vivo camadas de sub realidade.Surreal esta minha expressão de um impressionismo meio barroco,quase dadaísta...
Nestes bulbos ,fixos pelo magma da minha invisibilidade,recorro à Mnemósine que em seu útero helicoidal,gera minha loucura por contrários.
No templo de meus tempos meninos,lanço-me ao colo sonoro de Orfeu...em cantos,encanto-me.
Arranco o barbante da pipa e estendo-o sobre uma fenda qualquer do infinito,que desvela-se em raios de sol.O girassol no carrossel,abraços de brisa...
Oro por horas ao tempo-rei,que escondo na barriga sob os cuidados de borboletas pluricoloridas.
Quis banhar-me nas volúpias águas,onde habita o húmus,útero primordial das palavras-meninas, inda mal formadas.
Banhada desta vadia vontade,nua das culpas,das certezas,das verdades...sigo fluída pelo rio das vontades...grávida de esquecimentos.

Tu,
que mal conhecestes a entrega,
juras infinito para dentro de mim.
Eu,
espectro de luz,silêncio e caos,
sou ideia,sub real.
Inda hoje,
te penso como breve delírio.
Parte da minha meninice esquizofrênica
que traz Amor nos olhos e respira por todos os poros inventos,de ventos,raios e trovões.
Te lembro,efêmero...
como solto pensamento de fim de tarde,quando tudo o que se tem é o contemplar,com lambidas de salitre, no horizonte da língua do mar.
Essa vaga ideia,
turva lembrança.
Isso que nem mesmo o nome faz-se claro...
Este,isto,aquele,aquilo que sequer lembro para dissecar.
Eu...
vezes Frida,
vezes Jodorowsky.
Odisseu em cansaço,
lapido caminhos sob o sorriso nos olhos.
Serdes raso,conhecendo calabouços,como a infância dos quintais?!
Encubro-me em cobre.
Regurgitando contrários desconstruo auroras.
Lanço-me aos lobos,ao ópio,às ilhas...
Nu permaneço,cobrindo-me em superfície de banalidades.
Transmutar,é verbo meu suspiro,sedento da leveza de um afago...
Só...para pousar!



Preciso dormir a eternidade de um tempo jaz...
Descansar em calmarias que tragam-me o naufrágio das horas.
Derivando no intenso,devoro um leve sopro sonoro para a bonequice do meu penar.
Em uma estante de corpos guardo-te,em sono profundo,para que o peso monocromático das lembranças amorteça-me enquanto sonhar.

sábado, 7 de abril de 2012

Tu, que habitas um templo ladeiral de sensações,caminha medroso por dois pólos,ou três...resta à dúvida ter certezas.
Ofereço-lhe mil poros,abismos de curiosos ensejos,
Você andarilho bipolar,presumo,queira habitar os mistérios incertos do meu jeito.
Posso garantir-lhe,que de nada garanto...
Regarei-lhe de casos-acasos,no caos perpétuo da minha volátil idade.
Oração...ora ação!

Arcanjo protetor dos meus beijos,
Zelai, por tempos,meu corpo-desejo
No silêncio celestial do teu olhar.
Língua lambe
Lambelínguadança
Na lambança,língualambelança
Lança lambidas,desejos
De línguas e beijos...

Beijos dançando no céu dos teus pelos,
Língua na gruta tua,sepulcro invadido.
Tua língua-lança, lança lambidas e desejos...

Mordidas dançando no silêncio dos teus beijos...animalança
Animas a dança,entre mordidas, lambanças,animadanças
Lambedança, lambanças entre sussurros
Por entre uivos ,coxas,língua-lança
No entra e sai dos teus beijos.



Transcrevo ausências,incautos devaneios...
Meus dentes de prata cibernética sorriem de virtuais verdades
Meu “eu” binário de códigos emergentes, urgentes, dissolve-me segundo a segundo.
De cor, decoro quintais…
Deito-me, por entre os braços vadios das perguntas que nada devem quando se trocam me tocando por gotas.
Palavrourando peço adeus, a deuses e crenças...
Quero, ah deus, o ácido beijo da descrença.
Derramamento onírico, incontinência, urina ária.