sexta-feira, 27 de junho de 2014

Uma fuga rala e um anel folgado no dedo...
Filmes de um domingo sem cor...
Num carrinho de supermercado conversas entre casais, e solidões latentes.
Rubra dor.
Solícita loucura escorrendo sob minha pálida vizinhança.
Guardo aromas numa seta de incertezas e, em dúzias,
cálidas canções
de homogenia
familiarizada entre nós.
Escuto o álcool implorando verdades
neste oportuno vômito.
Restrito caminho entre sepulcros e segundos.
Líquida memória,
Líquido pensar...


Pendurou-se, a derradeira palavra, na ponta linguada de meus linguarudos dedos.
Pendurou-se ali, no balanço da lembrança, meu sorriso de criança na escada de cada sentir- metros de mim...
Agora a palavra, derradeira palavra, abraçou-se calada, cravou-se em silêncio.
Engasgada, cheia de vírgulas, virgulo vivências, trechos de física, compotas de um lindo dia;compostas de poesia, fotografo ornamentando, caos-amor-agonia...é tudo fake, ante a face ceifada dessa safada idade.
Nadar é continuidade...
Continuo em idade
 de nadar,
nadar.
 e nada continuar.
São só sentir- metros de mim!

Deparou-se, inesperadamente, com a obscuridade do que não reluz. Como rendem-se as folhas ao ceifeiro, pedaços de felicidade caíram da face inerte, que já não mirava os mesmos horizontes. Dos sonhos, e da certidão em sonhar, lhe restara um diálogo meio turvo, nos confins da memória. Permitiu-se, dali em diante, morrer! Uma, duas, três...infinitas vezes, até que não lhe fosse possível elucidar sobre inícios, ou fins. Vestida tão somente de pele, reinava infinita na solidão de quem vai...
Diante da eternidade dos cristais, embebia o olhar, as mãos e o mistério que habitava a exatidão dos seus cabelos. Cercava-se de Luas, e das flores do Sol que  pulsava em seu peito. Carregava células ancestrais nos trejeitos riscados no oco da face, e sussurrava silêncio com os pés. Cavalgando dia pós dia na brancura das buscas, vestia-se, plena, das linguagens do corpo. Ao mesmo tempo em que desenhava sorrisos na inexata infância empoeirada em seus dedos. Sem memórias, empapuçou-se  de tempo e descobriu que no vento, haviam outras verdades.Caminhou, viciando seus pés, e conheceu junto ao tempo os pontos fracos da morte. E foi-se assim, destemida, entre idas e vindas,  conhecer o vício da busca.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Quando trancados em público, ficam cegos em seus púlpitos, seus personagens sociais encantados. Aos cristais de luz, cabe à culpa, sua força jamais bruta, beija aos lábios sua palidez profunda.
 E de aparências se vive!
Hei de ser, mama, hei de Ser. Jurou ali descascando palavras. Lavrando entre roupas, o seu melhor terno de revolucionário.
Para cada dia, uma face comprimida, sua natureza em pílulas revelava-o inda principiante neste mundo de errantes. Vendeu-se fácil... menino!
Aos músculos desavisados, evoluir sentado é caso raro nestas terras.  Falo estrangeiro, sem intenção, cato palavras burras no chão e pra não embrutecer, lhes dou abrigo. Não há mesmo santidade, em egoísmos de bondade, quero mesmo é estar em paz com meus Budas, meus Alás, Krishnas e Jeovás, ou mesmo Jesus, ou Deus menino.
Esboços...

Não vejo nada em nadar. Falo silêncio para poucos.
Foi-se ali, sem a graça dos dramas, sem a força das tramas, meu amor em silêncios.
Mimética, minha fala contida, minha força falida, desfez-se no tempo que antecede a captura...
Foi-se ali!
Foice.
Ceifado, enlatado, e tão genérico quanto o discurso dos sábios diplomados, de agora.
Foice!
Mais um remendo, mais um cheiro que, ao tempo, hei de dar por batismo.
Por enganos e tolices, minhas crenças, meninices, inda conseguem carpintar castelos em lágrimas.
Sei, foi-se assim!
Foi-se assim!

Foice.
Mais um cristal rompido. E, a superfície que sorria, não mais, gritava flores por aí.
Num som cortante de silêncio infindo, correu desesperadamente seus olhos afogados e invisíveis canto a canto, e não buscou verdades reprimindo o medo, chorou os anos e a as dúvidas que por ventura tivesse, pela primeira vez. Jurou as carnes e a fome, abster-se de instinto ou qualquer nota que compusesse Amor... e ao retorno voltou-se o corpo, a mente , e as poeiras da memória; tão jovem e já morta.
Como a dúvida se alimenta da busca, emoldurou cada gesto mal formado, cada feto desbotado, e caminhou a despedida dos que carregam o ventre da liberdade.
Voltou-se ao oratório dos Sonhos, pediu bênçãos e partiu...

Vislumbrando auroras caminha, silenciosa, pelas cifras do destino.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Meu cigarro imaginário, abstinente de ilusão
Numa colcha de retalhos adorno meus calos, meus Caios , meu silêncio , minha oração.
Juventude trans, viada, e um maço rosa de revolução.
Nostalgia de sacana essa minha...
Pingam às pressas , furtivas palavras, programadas; comungam a dor da limitação,
E o papel, cafajeste, me rouba um mundo e outro
Meu instante absorto, náufrago de revoltas vazias, caio na barriga vazia de um sonho desdentado.
Sou, na boca do tempo, meu próprio barravento, minha tempestade e ascensão.
Chovia vez ou outra, no betume dos meus olhos, era de vidro minha tristeza sem a poesia da delicadeza doava estilhaços ao chão.
Sem a certidão das certezas, sem a permissão da beleza, risco ruídos de "não".