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Despejei quilos de palavras ocas em litros rasos de papel,
Exilei verbos, substantivos, advérbios e pronomes, rejeitando numerais que, por si só, são frios como a ausência de vida...
Nessa minha vida de coveiro fonético morfossintático, sepultei corpos e mais corpos de palavras , mortas, vazias de luz e sentido...a velhice das palavras.
Construí no deserto inconsciente do meu corpo, um cemitério sonoro...
Recolhi nas dunas do vento centenas de letras corroídas pelo esquecimento, pedaços de palavras decompostas, putrefação sonora das sílabas
Percorri universos literários , vi frases dominarem multidões de palavras famigeradas à prostituir-se por segundos de reflexão...
Em vielas sem cor, vi numerais sugarem a poesia dourada de versos andarilhos... instaurou-se, desde então ,a anorexia da imaginação.